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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Duplicação da BR-101 Sul - Incompetência Federal

A duplicação da BR-101 Sul, entre Palhoça, SC (região metropolitana de Florianópolis) e Passo de Torres, RS, foi iniciada, há mais de 10 anos. Não está concluída e ninguém acredita nos prazos apresentados pelo incompetente Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), para sua conclusão.  São sómente 238,5 quilômetros, sem nenhuma serra, pântano ou acidente geográfico de monta, que justifique um tempo tão longo nas obras. A única explicação plausível é a incompetência ampla, geral e irrestrita do governo federal e sua índole mentirosa, que consegue promover "apagões" em todos os modais de transporte. 


O seguinte artigo, publicado na edição de hoje do "Diário Catarinense", de Florianópolis, apesar de sua linguagem "politicamente correta", mostra o descalabro governamental (tão pródigo em inaugurar obras inacabadas), que tem provocado milhares de mortes em Santa Catarina, transformando este estado no segundo maior em índice de acidentes com morte em estrada federais, logo após Minas Gerais. Notem os comentários do presidente da FIESC (Federação das Indústrias de SC). Os grifos são meus.

"Para cumprir a promessa de concluir a duplicação da BR-101 Sul até o final de seu governo, a presidente Dilma Rousseff precisa — e deve — acelerar o ritmo dos trabalhos. De acordo com o novo estudo encomendado pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), a obra não fica pronta antes de 2015. 

O relatório, feito em dezembro, a que o Diário Catarinense teve acesso exclusivo, vai ser apresentado nesta sexta-feira, às 10h30min, pela diretoria da instituição e pelo engenheiro Ricardo Saporiti, responsável pela análise. A previsão contraria o anúncio otimista do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), de terminar a obra em 2013. 

Os 238,5 quilômetros entre Palhoça e Passo de Torres, na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul, deveriam estar prontos em 2008. Porém, problemas — como chuva acima da média, questões ambientais e abandono das empreiteiras contratadas — atravancaram o caminho.

Em setembro do ano passado, o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a inaugurar "simbolicamente", em Criciúma, um dos quatro trechos que estão duplicados. Embora tenha dito, na ocasião, que repetiria o feito em outros lotes até o final do mandato, a promessa não foi cumprida: nenhum outro ficou pronto até dezembro. O prazo precisou ser prorrogado e, no caso do lote 26, por exemplo, a data foi adiada para julho. 

O engenheiro Saporiti explica que há dois tipos de contratos, os de duplicação de pista e os de obras de arte especial, que envolvem viadutos e pontes, por exemplo. Ele diz que, em alguns, a duplicação andou bem, mas o mesmo não aconteceu com as obras de arte e que isso prejudicou visivelmente o andamento e o término dos trechos.

— Por isso, não acredito que a conclusão seja possível até o meio do ano. Além disso, há a necessidade de alargamento e reforço na estrutura da ponte antiga sobre o Rio Tubarão que o projeto e a licitação nem foram feitos ainda. Isso é inconcebível e é resultado da falta de planejamento — analisa.

Nenhum dos três túneis da duplicação da BR-101 Sul (sendo um deles duplo), está pronto, nem mesmo o do Morro do Agudo, em Paulo Lopes, em execução desde novembro de 2007. Previsto inicialmente para dezembro passado, ficou para maio de 2011. A situação mais complicada é a do Morro dos Cavalos, que prevê um túnel duplo, com aproximadamente dois quilômetros para cada galeria, quase o dobro em relação ao de Paulo Lopes. O projeto ainda não tem licenciamento ambiental, o superintendente do Dnit, João José dos Santos, disse ao DC em dezembro que espera lançar o edital de licitação até 15 de abril. 

Os outros dois grandes entraves da duplicação estão com a concorrência em andamento, o Morro do Formigão, em Tubarão, e a Ponte de Laguna. A previsão é que os vencedores sejam conhecidos nos próximos dias. Os trabalhos, que deveriam iniciar em fevereiro, só devem começar em março. A morosidade em tirar do papel essas obras e o histórico de atrasos reforçam o diagnóstico do estudo de que, antes de 2015, a principal e mais movimentada rodovia do Estado não estará completamente duplicada.

O presidente da Fiesc, Alcantaro Corrêa, culpa os gestores. Na opinião de Corrêa, eles "não têm competência para pôr ordem na casa e fazer com que as coisas andem".

Se estivessem na minha empresa, já teriam sido demitidos. Divulgam essas datas mentirosas achando que todo mundo vai acreditar — protesta.
Para ele, a situação "vai se esticando" e não termina.

— Há lotes duplicados, mas que estão sem os itens de segurança previstos, como sinalização, defensas metálicas e passarelas para pedestres. Falta segurança, e mortes continuam ocorrendo por causa disso — alerta o presidente."

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