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terça-feira, 9 de junho de 2009

Segurança – O Que Dizem as Estatísticas

Lí, recentemente, um relatório estatístico sobre acidentes envolvendo motociclistas nos Estados Unidos (Motorcycle Accident Cause Factors and Identification of Countermeasures), publicado pela Motorcycle Safety Fundation . Ainda que as condições das estradas, sinalização de tráfego e fiscalização policial sejam imensamente distintas, entre os Estados Unidos e o Brasil, é interessante observar algumas conclusões.
  • 75% do acidentes envolvem colisões com outros veículos. 25% são colisões do motociclista com a estrada ou qualquer objeto fixo próximo das estradas.
  • Falha do veículo responde por sómente 3% dos acidentes com motocicletas e a grande maioria é representada pela perda de controle, devido a furo em um dos pneus.
  • Nos acidentes com sómente um veículo (a motocicleta), erro do piloto foi encontrado em 66% dos casos. Erros típicos são derrapagens, perda de controle devido a freadas bruscas ou incapacidade de completar a curva devido ao excesso de velocidade.
  • Defeitos na pista foram responsáveis por 2% dos acidentes (nos Estados Unidos. Aquí, a história é outra). 1% dos acidentes foi devido a animais na pista.
  • Nos acidentes envolvendo motocicletas e outros veículos, o motorista do outro veículo foi o causador do acidente em 66% dos casos, ao não respeitar a preferência que a motocicleta tinha, no tráfego.
  • A falha dos motoristas de outros veículos em enxergar a motocicleta é predominante nos acidentes. Na grande maioria dos casos, o motorista do outro veículo não viu a motocicleta ou, quando viu, era muito tarde para evitar a colisão.
  • Ações hostis de motoristas contra motociclistas são raras em acidentes.
  • A configuração de acidentes mais comum, entre motocicletas e outros veículos, é quando a motocicleta está se deslocando em linha reta na via e o outro veículo dobra à esquerda na sua frente.
  • Cruzamentos estão presentes na maioria dos acidentes, com o outro veículo violando a regra de preferência da motocicleta e, também, outras regras de trânsito (avanço de sinal, não parar no placa de “Pare”).
  • Fatores climáticos (chuva, gelo) estão presentes em sómente 2% dos acidentes.
  • Muitos acidentes ocorrem com o motociclista fazem curtos trajetos, associados com idas ao supermercado, compras, visita a amigos. Os acidentes acontecem minutos depois do início do trajeto, na maioria dos casos.
  • Na metade dos casos, a obstrução por outros veículos é responsável pela impossibilidade do motorista do outro veículo em visualizar a motocicleta. A ofuscação pelo sol ou pelos faróis de outros veículos também é predominante nos acidentes.
  • A visualização do motociclista pelo uso dos fárois (ligados mesmo durante o dia) e o uso de roupas em cores vivas (amarelo, laranja ou vermelho) diminuem significantemente a extensão dos acidentes.
  • Derramamento de combustível e o risco de incêndio estão presentes em 62% dos acidentes investigados.
  • A média da velocidade, antes do acidente, é de 47,7 km/h. A velocidade média, no momento do acidente, foi verificada ser de 34,5 km/h. Em sómente um caso em cada mil acidentes investigados, a velocidade era em torno de 137,6 kml/h.
  • Falha na motocicleta é uma causa rara nos acidentes. E, quando acontece, é geralmente relacionada à falha de manutenção.
  • A maioria dos acidentes envolvem pilotos com idade entre 16 e 24 anos (a idade mínima para obter habilitação, nos Estados Unidos, é de 16 anos).
  • Motociclistas que não tem um treinamento formal representam 92% dos envolvidos em acidentes. 50% dos acidentes são com pilotos com menos de 5 meses de experiência em motociclismo. Falta de atenção, ao pilotar, é um fator comum nos acidentes.
  • Motocicletas transportando garupas são raras em acidentes.
  • Motocicletas de grande porte e alta cilindrada são raras em acidentes.
  • Motocicletas com parabrisas e carenagens são raras em acidentes, provavelmente por serem mais visíveis e serem conduzidas por pilotos mais experientes.
  • O uso de botas, jaquetas e luvas reduzem significantemente as lesões sofridas.

No Brasil, a maioria dos motociclistas aprenderam a pilotar sózinhos ou com ajuda de amigos e parentes. Recentemente, com nova regulamentação, motociclistas são treinados em Auto Escolas, mas com motocicletas de baixa cilindrada e em áreas específicas para treinamento, nunca nas ruas ou estradas. Treinamentos específicos (tipo Raiders Program, da Harley-Davidson) são raros de serem encontrados e, na maioria das vezes, não estão disponíveis para o público em geral. Para aqueles que tem intimidade com o idioma inglês, recomendo a leitura do livro “The Motorcycle Safety Foundation’s Guide to Motorcycling Excellence: Skills, Knowledge and Strategies for Riding Right”.

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