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quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

O General de Gaulle estava certo . . .

Deu na Veja (Radar On-Line, Lauro Jardim). "Há um mês o Presidente Lulla, numa reunião em seu gabinete, pediu aos presidentes da Petrobras, Unipar e Brasken que dessem 12 milhões de reais às escolas de samba do Rio de Janeiro. A conta seria rachada pelas três empresas - 4 milhões de reais para cada uma. Apesar de um pedido de presidente ser quase uma ordem, o samba atravessou na avenida. Ou seja, a Petrobras topou, sem qualquer objeção, como era de se esperar. Mas as privadas Brasken e Unipar, em que pese serem sócias da Petrobras, tentaram tirar o corpo fora. Várias reuniões foram realizadas...e nada. Na tentativa de solução mais recente para o imbróglio, a Petrobras topou dar, sob a forma de patrocínio, 6 milhões de reais. As outras rachariam o restante. Mas nem isso elas dizem ter para botar na mão das escolas de samba. Porém, a solicitação de Lulla falou mais alto e a Brasken, finalmente, anuncia hoje que soltará a grana pedida pelo presidente para as escolas de samba cariocas. Desde que Lula fez o pedido, a Brasken tentava tirar o corpo fora. Como não deu mais para fugir, a petroquímica da Odebrecht relaxou e gozou: vai propagandear a ajuda aos sambisas cariocas em grande estilo. A costura dessa doação (ou patrocínio, ou mensalinho, como queiram, já que o mês do Carnaval é o menor do ano) é do chefe de gabinete de Lulla, Gilberto Carvalho. Mais do que nunca, este é o país do Carnaval - um presidente da República pede para empresas dinheiro para escolas de samba e o seu chefe de gabinete corre atrás para que a coisa ande." Qualquer semelhança com o mensalão não é simples coincidência. Eu me pergunto: se um servidor público (o Presidente é um servidor público, apesar dele não entender isto), pode pedir a uma empresa privada que dê dinheiro para qualquer coisa, porque não se pode pedir para dar dinheiro a outros servidores públicos (Senadores e Deputados Federais são servidores públicos. Eles também não entendem)? É, o General de Gaulle estava certo. Este não é, definitivamente, um país sério.

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